terça-feira, 6 de agosto de 2013

A Rosa de Hiroshima - Parte 1


Há exatamente 68 anos, os EUA lançavam a primeira bomba atômica sobre a cidade de Hiroshima no Japão, matando instantaneamente cerca de 80 mil e ferindo outros milhares devido aos efeitos "colaterais" da bomba como a radiação e as ondas de choque.
As bombas lançadas sobre as cidades de Hiroshima (06/08/1945) e Nagasaki (09/08/1945) aceleraram a rendição do Japão, fato que pôs fim à 2ª Guerra Mundial. Durante a conquista das áreas ocupadas pelos japoneses no Pacífico, os estadunidenses perceberam o quão difícil seria tomar o Japão. Os soldados japoneses não se rendiam, seu rígido código de honra e respeito ao imperador impediam que tal fato ocorresse. A rendição era considerada uma vergonha, uma desonra, sendo preferível, morrer a se tornar prisioneiro. Quando um soldado japonês não podia mais lutar eles cometiam o harakiri (suicídio, onde o soldado cortava sua barriga ou estômago com uma espada) para recuperar sua honra (fig.01). Na aeronáutica japonesa, os suicidas ficaram conhecidos como os Kamikases (pilotos que investiam seus aviões contra navios e porta-aviões dos EUA afim de causar uma maior quantidade de danos, ignorando suas próprias vidas, (fig.02). Devido a essas dificuldades, o Estado Maior das forças armadas dos EUA estimou que a invasão à ilha japonesa até sua capitulação custaria a vida de aproximadamente 1 milhão de soldados e levaria tempo. Mais uma vez a história mostrou que atitudes extremas resultam em consequências extremas.
Preocupados em "poupar" a vida de seus soldados e acabar com a guerra, os EUA autorizam o uso de armamento nuclear.
Hiroshima tinha escapado dos bombardeios convencionais e mantinha um "status" de cidade refúgio, recebendo pessoas que vinham de cidades bombardeadas anteriormente. Na manhã do dia 06/08/1945 o super bombardeiro B-29 da Força Aérea Americana, chamado de Enola Gay (em homenagem à mãe do piloto) lançou a bomba "Little Boy"(fig.03) sobre a cidade. Precisamente às 08:15 ocorreu a detonação. É importante dizer que a bomba não explodiu quando tocou o solo, mas sim a algumas centenas de metros acima, para potencializar a explosão (fig.04).
Pela 1ª vez na história da humanidade o homem fazia uso dessa tecnologia militarmente. As consequências foram devastadoras, as pessoas próximas a explosão foram desintegradas, restando apenas a sua "sombra" como mostradas em uma das imagens ao lado. A onda de choque ocasionada pela explosão devastou tudo em seu caminho. E por último mas não menos perverso a radiação matou milhares nos meses que se seguiram. 
Sem a rendição japonesa os EUA lançam outro artefato nuclear, o fat man (o gordo) sobre a cidade de Nagasaki matando aproximadamente 40 mil pessoas instantaneamente. Em 02 de Setembro de 1945 o Japão assinou a ata de rendição a bordo do USS Missouri, (fig.05) um dos encouraçados americanos bombardeados pelos japoneses quatro anos antes, no ataque japonês a Pearl harbor, que levou os EUA à guerra. Marcava-se o fim de uma era e o início de outra, a Guerra fria, incentivada pela corrida armamentista, baseada no poder do átomo.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Mídia – Entre o bem e o mal

Considerada por muitos como o 4º poder, a mídia possui capacidade de formar opinião, manipular o pensamento e a ação das pessoas. Muitos governos surgiram, foram manipulados, ou extintos, devido à sua influência. A sociedade capitalista faz uso incessante da mídia, por meio da publicidade, promovendo novos hábitos de consumo. Esses hábitos são difundidos pela sociedade, que passam então a ser acrescidos de “valores” tidos como corretos, verdadeiros e “necessários” pela sociedade. Na figura 01, temos uma mulher da tribo africana Mursi, ela posou para uma foto segurando um ipod. Provavelmente ela nunca utilizará este aparelho, mas reparem logo abaixo, dentro de sua mão, existem notas de dinheiro enroladas. Provavelmente recebeu dólares posando para essa foto.
Praticamente toda nossa vida social é moldada pela mídia, o que vestimos, comemos, calçamos, corte de cabelo, higiene pessoal, tudo é pré-determinado socialmente. Nesse contexto, somos bombardeados pela publicidade que praticamente nos impõe os “padrões sociais” para o convívio mútuo. Estar fora destes padrões significa ser diferente, quase anormal. Há muito tempo, um grande pensador chamado Maquiavel disse algo interessante sobre a formação de consciência: “Existem três espécies de cabeças; uma que compreende as coisas por si, outra que sabe discernir o que os outros entendem e, por fim, uma terceira, que não entende nem por si nem sabe avaliar o trabalho dos outros. A primeira é excelente, a segunda muito boa e a terceira inútil”.
Pois bem, tomando como base essa premissa, a mídia utiliza o 3º tipo de cabeça, que pode muito bem ser traduzida pela maioria da população e incute ideias por meio da publicidade. Logo, pessoas imaginam que a felicidade consiste em comprar roupas de marca, carros luxuosos e tudo mais que o sistema capitalista oferece. Ledo engano. A felicidade está nas pessoas e não nas coisas. As mentes frágeis se deixam manipular e formam-se de acordo com o que é repassado nos sistemas de informação. Criam-se monstros consumistas, que apenas estão preocupados com o Eu. O próximo, ou o meio ambiente não importam. Já ouvi relatos de pessoas que trabalharam a vida toda para comprar o carro X ou Y para aí sim, sentirem-se realizadas como indivíduos. São sonhos projetados pelo sistema, que se refletem nas pessoas, por meio da mídia.
E não pensem que isso só acontece no sistema capitalista. Durante os anos em que os regimes totalitários estavam em vigor na URSS, ou mesmo no Nazismo alemão, o Estado controlava diretamente os meios de comunicação para repassar a sua ideologia. Claro, a ênfase não era o consumo, mas a subserviência ao Estado. Tudo que não interessava ao Estado era barrado por meio da censura. Você sabe o que é censura? Manipulação de informação para dominação das massas. Quer um exemplo? Copa do Mundo de 2010, jogo entre Brasil e Coreia do Norte. Você lembra quem venceu? Sim, o Brasil, por 2x1. Na Coreia do Norte foi diferente, sua seleção chegou como vencedora do jogo! Mas como pode? Muito simples, em um país onde os meios de comunicação são manipulados pelo Estado, a única verdade é aquela dita pelos governantes. É claro, com o passar dos dias eles descobriram que fomos nós que vencemos!

Mas e o lado bom da mídia? Existe? Sim, existe. Mostrar a “realidade” é uma de suas funções. Muitos escândalos governamentais foram expostos pela mídia, resultando em mudanças significativas no rumo dos governos dos países. Citamos como exemplo o caso waltergate nos EUA, com o ex-presidente Richard Nixon, principal acusado, que renunciou dias após o caso ir em rede nacional. Atualmente podemos citar o escândalo do mensalão que abalou as estruturas sociais brasileiras. Não nos esqueçamos de Julian Assange, um dos sócios da empresa virtual conhecida como Wikileaks, responsável por divulgar milhares de páginas de informações confidenciais das agências secretas dos EUA na internet, expondo corrupção, violência, tortura  e muitas atitudes suspeitas dos governantes dos EUA, caso que repercute internacionalmente até hoje.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

O DIA EM QUE A TERRA PAROU (de verdade)


A Bíblia em Bytes online - Curiosidades
http://www.bibliabytes.com.br
Você acreditaria se alguém dissesse que a Terra ficou parada em seu movimento de rotação por quase 12 horas? Parece inacreditável, não é mesmo? Um fenômeno destes colocaria todo o Sistema Solar em Caos, pois com a suspensão da rotação terrestre, todo o equilíbrio gravitacional dos demais planetas seria afetado. Pois bem, por mais incrível que possa parecer, este fenômeno astronômico sem precedentes já ocorreu. De acordo com o que diz o texto Bíblico, não foi só o Sol que parou, mas sim todo o Universo!
A explicação está na crença antiga de que a Terra era o Centro do Sistema Solar (Geocentrismo). Por isto, o texto menciona a parada do Sol e da lua.
Após o surgimento do heliocentrismo (O Sol como o centro do Sistema Planetário), estudiosos concluíram que este evento não poderia ter ocorrido e que tal registro Bíblico seria uma lenda. Milhares de anos se passaram, até que os cientistas pudessem desvendar mais este mistério. Na década de 60, quando o Estados Unidos pretendiam colocar um homem em órbita terrestre, o assunto veio novamente à tona. Céticos como sempre, os cientistas já haviam esquecido o relato de Josué e "esta história absurda de um Deus que faz a Terra parar"... Mas afim de que nada pudesse falhar na corrida espacial, astrônomos precisaram calcular todo o movimento planetário. Órbitas da Terra, Lua, etc...
Um erro nestes cálculos, e os astronautas ficariam perdidos no espaço por toda a eternidade... E foi justamente durante a realização destas pesquisas, que o assunto voltou a ser discutido.
Os mais avançados Computadores de então, baseado no Goddard Space Flight Center da NASA (Greenbelt, Md) iniciaram o trabalho árduo de recalcular as órbitas planetárias. Entretanto, algo que nenhum cientistas esperava aconteceu: Em todos os cálculos realizados havia um erro de aproximadamente 12 horas e 20 minutos. Ou seja, este tempo estava "faltando" no cronograma universal!
Analistas de sistemas foram consultados, programas de informática revisados, cálculos revistos, porém o problema persistia. Uma equipe da IBM foi chamada para descobrir possíveis defeitos no computador, mas nada foi detectado. A preocupação com a ida de Yuri Gágarin ao espaço aumentou ainda mais a pressão do governo norte-americano sobre o cientistas espaciais: Custasse o que custasse, mas a falha precisava ser descoberta.
Para piorar a situação, Kennedy não queria mais um homem simplesmente no espaço, mas sim na Lua !Um dos astrônomos da equipe ( Harold Hill - ele relata o fato em seu livro "How to Live like a King`s Kid) lembrou-se de que na sua infância havia ouvido contar uma história desta na Escola Bíblica de uma igreja que freqüentava com sua avó. O fato foi levado aos demais cientistas, que a princípio acharam um absurdo. Porém, qual melhor explicação sobre o assunto do que o relato do Velho Testamento?
O problema estava quase solucionado, mas ainda faltavam 40 minutos!Um segundo problema surgia (relatado no Swedish Goteborgs Tidningen de 5 de Março de 1981). Cientistas da Universidade de Estocolmo descobriram que a inclinação da Terra sofreu uma mudança brusca no dia 3 de Maio de 1371 A. C. Mesmo recusando-se à aceitar a explicação Bíblica, não houve outra solução à não ser continuar as pesquisas sobre relatos históricos que pudessem comprovar a ausência deste tempo na história do Universo.
Em Isaías 38: vs. 8 encontraram: "Eis que farei voltar atrás dez graus a sombra do relógio de Acaz...". Nos tempos antigos eram usados relógios solares que mostravam as horas pela projeção da sombra sobre um haste. Estes relógios possuíam um semicírculo de 180° destinados às 12 horas de exposição ao Sol. Cada hora era equivalente a 15°, assim 10 ° seriam o mesmo que 40 minutos - Justamente o tempo que faltava ao fenômeno assistido por Josué para completar as 12 horas que milhares de anos depois os computadores da NASA descobriram estarem faltando!
Há vários relatos bíblicos sobre este fenômeno: ”E o sol se deteve, e a lua parou, até que o povo se vingou de seus inimigos. Isto não está escrito no livro de Josué? O sol, pois, se deteve no meio do céu, e não se apressou a pôr-se, quase um dia inteiro Josué” 10:13
O sol e a lua pararam nas suas moradas; andaram à luz das tuas flechas, ao resplendor do relâmpago da tua lança. Habacuque 3:11. O que fala ao sol, e ele não nasce, e sela as estrelas. Jó 9:7 (Profecia e reconhecimento do poder de Deus, pois a época de Jó é anterior a de Josué).
O grande problema é que o Dia de Josué derruba a teoria do heliocentrismo e reforça o geocentrismo. Biblicamente toda a escritura é inspirada Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça; Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra. 2 Timóteo 3:16-17
Um "longo dia" para Josué significou que em outras partes do mundo existiram "longas tardes", "longas noites", "longos crepúsculos"... Os hieróglifos do Egito registram "um dia de confusão no movimento dos astros", Os registros chineses dão conta que no tempo do 7º Imperador o Sol parou no horizonte ao entardecer e não quis permitir a chegada da noite, Na América do Norte tribos como os Ojibaways, wyandot, Omahas, e Dogrib possuem relatos que confirmam tanto o dia de Josué como o milagre de Ezequias. Os anais de Chauhtitlan dos índios mexicanos registram uma longa noite. No Peru, Montesinos acusou Yupanqui Pachacuti II de ser o culpado pela "grande noite" em virtudes dos seus pecados...
Deus Criador, pelo seu poder, em uma única e exclusiva oportunidade, fez com que Todo o Universo parasse por 11 horas e 40 minutos e depois, para um reequilíbrio, girasse em sentido oposto durante 40 pequenos minutos. Tudo isto, para mostrar que acima das leis físicas que regem o Universo, existe um Ser que Criou e coordenas estas leis. Milagres como estes são difíceis de ser aceitos, mas até mesmo o mais cético dos cientistas teve que acatar a veracidade dos fatos. Segundo o que nos diz o texto bíblico, outro dia como este nunca existiu antes e nem haverá depois. Foi um fenômeno Único.
Entretanto, Deus continua o mesmo. Não mudou. Continua fazendo com que coisas "impossíveis" aos homens, aconteçam. Afinal, Ele é o Senhor dos Impossíveis.

Fonte:  A Bíblia em Bytes online - Curiosidades - http://www.bibliabytes.com.br

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Chechenos em Boston - Os destruidores de sonhos



O mundo assistiu atônito, as explosões na maratona de Boston (EUA) no dia 15/04, onde morreram três pessoas, alguns foram mutilados, e dezenas seguem internadas, provavelmente, com muitas chances de acabar com sequelas deste ato horrendo. Aparentemente, dois irmãos de origem chechena (região da Rússia) são os principais suspeitos desta terrível atrocidade. Hoje, vamos falar dos motivos que levaram a concretização desta barbárie, se é que existem motivos que justifiquem tais atos.
A Chechênia é uma região que faz parte do território russo, portanto administrada e mantida com mão de ferro por esse governo. Com o fim da URSS, um grupo de representantes do povo, formou um parlamento de se declarou “independente” do governo russo. Nenhum país mundial reconheceu tal fato. Alguns países já chegaram a declarar abertamente um apoio à independência, como os EUA e a Arábia Saudita.

A Rússia não aceitou a declaração de independência, mandou tropas e iniciaram-se várias guerras civis, entre chechenos separatistas e o exército russo. Com o tempo, ocorreram disputas internas pelo poder entre os próprios libertários, que desde 1994 a 2003, ocasionaram a morte de aproximadamente 150 mil pessoas.
Geograficamente, a Chechênia está localizada na Europa oriental, em uma região de ligação da Europa, com a Ásia. Essa região é chamada de Ciscaucásia e sofre conflitos frequentes, ora pela libertação de alguma nação impositora, com o caso da Chechênia, ora por conflitos resultantes das diferenças étnicas existentes no território, uma vez, que diversos povos ocupam a mesma região, formando um verdadeiro “caldeirão étnico”, cada um com língua, costumes, tradições e religião diferente.
Para a Rússia essa é uma região estratégica, não existindo a menor possibilidade de se tornar independente, pois é nessa região que passam os oleodutos dos poços de petróleo do Mar Cáspio até a Rússia. Parte significativa do petróleo que a Rússia exporta para a Europa vem do Mar Cáspio e passa por esta região. Muitos países apoiaram os grupos armados separatistas chechenos, entre eles os grupos islâmicos, responsáveis por grande parte dos atentados terroristas ocorridos na região, principalmente pela detonação de explosivos convencionais, fabricados de forma caseira ou comprados de forma ilegal no mercado negro.
Não existe uma solução a curto prazo para este impasse. Muitos outros países da região tiveram que trilhar um caminho doloroso de guerra civil por anos, até décadas como foi o caso da Bósnia, Croácia, sérvia, Montenegro, Geórgia etc. Esperamos que o preço da liberdade não seja tão elevado, a ponto de cobrar a vida de inocentes, que tiveram seus sonhos interrompidos à favor do sonho de outros. 

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Você já viu soja enroscada? Conheça aqui!


O Brasil colhe a maior safra de soja de todos os tempos. Estima-se que este ano sejam plantados 26,0 milhões de hectares, com uma produção de 78,0 milhões de toneladas, de acordo com dados da EMATER. Nunca se plantou tanta soja, nunca se produziu tanto. Estaria tudo maravilhoso se não fosse problemas com o sistema de infraestrutura de transportes. Quase que diariamente somos bombardeados pelos noticiários, onde nos informam sobre filas quilométricas de caminhões que estendem pelas estradas, aguardando para descarregar nos portos já superlotados.
Isto tudo seria muito previsível, pois a área cultivada aumentou ano após ano. Não gosto de citar exemplos, mas nessas situações não podemos deixar de lembrar dos exemplos que deram certo. Um exemplo de infraestrutura de transportes que funciona e muito bem, é a dos Estados Unidos da América. Lá, diferentemente daqui, se investiu na construção e na formação de um sistema ferroviário, que é capaz de transportar cerca de 80% da produção industrial dos EUA, ou seja, uma monstruosidade, pois o PIB da maior potência mundial, gira em torno de 15 trilhões de dólares! Só para comparar, a do Brasil, com muito esforço chegou a 2 trilhões em 2012.
Mas o problema das estradas e a falta de infraestrutura portuária andam ligados, historicamente. No auge do complexo cafeeiro, o Brasil, maior produtor e exportador mundial, fez investimentos no setor de infraestrutura de transporte. Isso lá na virada do Séc. XIX para o Séc. XX. A maior parte de nosso café era transportado do Interior dos estados produtores, via férrea (de trem) para os portos onde seriam exportados.
Esse sistema funcionou bem até o fim do ciclo do café, por volta da década de 1930/1940, quando o Brasil sofre influencia externa para se industrializar. A Era Vargas fincou as indústrias de base, abrindo espaço para a entrada do capital internacional na década de 1950. Grandes montadoras internacionais chegam ao Brasil. Ford, GM, Chevrolet e muitas outras aqui se instalaram, e com elas, todo um suporte para produção e consumo industrial.
Os trens e suas ferrovias foram esquecidos. A moda do momento era comprar automóveis, carros e caminhões, incentivar a indústria automobilística, a produção de pneus, filtros, óleos e etc. Na década de 1960, houve uma explosão de construções de rodovias, era o Brasil se tornando um país desenvolvido.
De lá para cá, pouca coisa mudou. O sistema de infraestrutura rodoviário aumentou esdruxulamente. As rodovias construídas há 50 anos ainda hoje, são os maiores corredores de fluxos de pessoas e mercadorias. E o sistema ferroviário? Estagnou. Pior, definhou. Várias ferrovias foram desativadas, pois, desde o término do ciclo do café, eram pouco utilizadas.
Desta forma, hoje, temos uma combinação letal de infraestrutura de transportes para o escoamento da produção agropecuária brasileira. Ela encarece no transporte até os portos (frete, pedágios, pneus, peças) e tudo isso está inserido no custo final das safras agrícolas. Quando a soja chega aos portos, surge outro problema: os terminais de carga e descarga portuários não atendem à demanda. Navios principalmente chineses chegam a esperar até 21 dias atracados no porto de Santos e Paranaguá para carregar (time is money).
Muitos preferem comprar soja de outros países como os EUA, onde nem sempre o produto tem um valor menor, mas devido à rapidez e eficiência no transporte e carregamento, os navios aguardam pouco tempo para carregar e zarpar. Economizando tempo. E tempo é dinheiro em qualquer lugar do planeta.
Para o Brasil, soluções existem, mas é necessário investimentos. Uma alternativa seria revitalizar a infraestrutura de transporte férrea. Reformar as ferrovias abandonadas e construir onde mais se necessita. Sistemas intermodais de transporte seriam necessários, justamente para fazer a junção entre as infraestruturas de transporte, ou sua ampliação. Mas como estamos no Brasil, onde pagamos quase 47% de impostos, nosso querido governo irá dizer que não possui recursos para realizar esses investimentos e passará a bola à iniciativa privada (empresas particulares) que poderão realizar essas obras, mas depois colocarão o seu preço nesses serviços... é a lógica capitalista em ação.
Perspectivas para o futuro...hum, vamos ver... ano que vem a safra de soja será baixa, pois o sistema de transportes não terá como escoar a produção. Países importadores irão cancelar as compras, devido principalmente à demora de carregamento, como já aconteceu esse ano. Então, não se assustem, se de repente tivermos uma produção totalmente voltada para o mercado interno. Produtos que não necessitem de chegar aos portos serão a nova opção. Já imaginou, tomate a R$0,50 o quilo? Quem sabe...

terça-feira, 23 de abril de 2013

"O Espaço Vital” - Ou de como a geografia auxiliou na formação do nazismo


Para iniciar nosso texto de hoje, voltaremos aos primórdios da formação da geografia como ciência, destacando seus teóricos e suas principais ideias. Entre seus principais formadores, destacamos o alemão Friedrich Ratzel (1844-1904). Suas obras foram importantíssimas para a formação da geografia como ciência, uma vez que até então, eram estudados vários conteúdos separadamente (geologia, climatologia, hidrografia, etc), foi Ratzel que uniu esses conhecimentos em uma só disciplina e ministrou em uma universidade. A geografia já era estudada há muito tempo, desde meados do séc. XVIII, temos por exemplo o grande pensador Rousseau, que já ministrava aulas de climatologia e meteorologia aos seus alunos, pois julgava serem essenciais para a formação dos indivíduos.
A formação da geografia como ciência, deve-se sobretudo à formação da Alemanha como Estado-nação. Até o final do séc. XIX era formada por uma série de pequenos territórios independentes entre si, não existindo um centro econômico forte e organizador do território. Liderada pela Prússia a unificação alemã tinha como principal necessidade construir um Estado Nacional Alemão, desenvolvido, industrializado e rico, que pudesse competir com com países que iniciaram a revolução industrial (Inglaterra e França), assim a geografia contribuiu para para a unificação alemã e atendeu aos interesses dos aristocratas prussianos, sobretudo os latifundiários, interessados na unificação e na industrialização.

Nesse sentido a geografia assume papel importante, pois formava uma identidade territorial, consolidando nas pessoas o sentimento de possuir uma pátria. Estimulava-se o nacionalismo, para integrar todo o território. Inspirado nas ideias evolucionistas de Charles Darwin e influenciado pelo positivismo, buscava-se “leis” que explicariam o comportamento dos homens na Terra, assim, Ratzel formulou a Teoria do Espaço Vital.

Ratzel acreditava que o meio natural (clima, relevo, vegetação, etc) determinava o desenvolvimento do homem na Terra, o que chamou de determinismo geográfico. Estudou as regiões de clima intertropical (entre os trópicos) e os povos que habitavam nela, sobretudo os indígenas sul-americanos e outros povos. Esses povos deveriam ser mais desenvolvidos que todos os outros povos do planeta, pois habitavam em condições naturais ideais sem secas ou invernos rigorosos.

No entanto, ao estudar os povos que habitavam em regiões menos favorecidas climaticamente, como as populações da maior parte da Europa, ou mesmo norte-americana, onde o inverno é rigoroso, descobriu-se que estas populações subsistiam em um ambiente consideravelmente hostil, se comparado ao clima intertropical, e estavam mais adaptadas ao clima, possuíam conhecimentos próprios para a sobrevivência, como a estocagem de alimentos para o inverno, estocagem de provisões para os animais, construção de moradias mais resistentes, formas de aquecimento e muitas outras técnicas.

Além disso, outro fator levado em consideração por Ratzel, era que os habitantes do clima temperado, utilizavam uma maior quantidade de recursos naturais se comparado com os povos das regiões intertropicais. Só este fator já os caracterizava como povo mais desenvolvido. Essa ideia foi bem recebida, pois nesse momento da história, para um país ser considerado desenvolvido, seria necessário ser industrializado e produzir muito. Por isso existia uma relação muito estreita entre utilizar recursos naturais e desenvolvimento dos povos (na escala evolutiva).

A Teoria do Espaço Vital, passa então a fazer parte da concepção social da Alemanha e sua formação como nação. Para um povo (nação) ser desenvolvido é necessário produção industrial e para produzir são necessários recursos naturais. A Alemanha já utilizava todos os recursos naturais disponíveis em seu território, assim, parte em busca de recursos naturais disponíveis em outras regiões, onde os povos menos desenvolvidos não as utilizavam, como por exemplo, na África.

Mesmo chegando atrasada na partilha da África, a Alemanha conquistou diversas possessões territoriais nesse continente, formado por “povos menos desenvolvidos” e sem capacidade para utilizar seus recursos naturais.

Algumas de suas ex-colônias são: Togo, Camarões, África do Sudoeste Alemã e África Ocidental Alemã. Como os outros países industrializados, retirava matéria-prima para sua produção industrial, explorava trabalho escravo e semi-escravo, além de gêneros tropicais que não existiam na Alemanha, como frutas tropicais, café etc.

Com a chegada de Adolf Hitler ao poder da Alemanha em 1936, a Teoria do Espaço Vital serviu de base para o arianismo desenfreado e ao antissemitismo. Hitler exacerbou as qualidades do povo alemão e a conquista por novos territórios torna-se fundamental. Somente o povo ariano poderia existir, com a derrota na 1ª Guerra Mundial (1914-1918), e sofrendo as imposições do Tratado de Versalhes (1919) os alemães são tocados pelo revanchismo e inicia-se assim, a 2ª Guerra Mundial (1939-1945), onde a luta pelo espaço geográfico nunca foi tão determinante para o desenvolvimento de um povo.

segunda-feira, 11 de março de 2013

Armas Químicas


 Armas Químicas


Guerra química - é um tipo de guerra não convencional, baseada no uso de propriedades tóxicas de substâncias químicas para fins de destruição em massa - seja com finalidades táticas (limitadas ao campo de batalha), seja com fins estratégicos (incluindo a retaguarda e vias de suprimento do inimigo). As armas químicas diferem de armas convencionais ou nucleares porque seus efeitos destrutivos não são principalmente decorrentes da força explosiva.  A categoria de armas químicas pode incluir, além das armas químicas propriamente ditas, também aquelas que utilizam  venenos de origem biológica. Quanto a isto, há controvérsias. De todo modo, o uso ofensivo de organismos vivos (como o Antrax) é em geral considerado como guerra biológica, para efeito dos acordos internacionais sobre armamentos.

HISTÓRIA

Às 17h do dia 22 de abril de 1915, durante a I Guerra Mundial, as tropas alemãs na cidade de Ypres, na França, descarregaram 180.000 kg de cloro gasoso contidos em 5.730 cilindros na região de Steenstraat no canal de Yser e Poelcappelle. A nuvem de gás deslocou-se com o vento, matando ou causando a fuga das tropas francesas e argelinas nas trincheiras, abrindo uma abertura de 8 a 9 quilômetros na linha aliada. Em 24 de abril de 1915, os alemães realizaram um segundo ataque em Ypres, desta vez contra as tropas canadenses. Houve quase 200 ataques químicos durante a I guerra mundial usando-se gás lançado dos cilindros. No maior destes ataques ocorrido em outubro 1915, os alemães liberaram 550 toneladas do cloro de 25.000 cilindros em Rhiems!
O chefe do serviço de guerra química alemã durante a I guerra mundial, o Prof. Fritz Haber, dirigiu pessoalmente o primeiro ataque com gás cloro. Quatro anos mais tarde, em 1918, ganhou o prêmio Nobel em química por sua descoberta de um processo para sintetizar amônia pela combinação de nitrogênio e hidrogênio. Haber é freqüentemente referido como o pai da guerra química.

Principais Tipos de Armas Químicas